Vale a pena ser redator freelancer, mesmo com a popularização do ChatGPT e de outras ferramentas de Inteligência Artificial. São várias possibilidades de atuação e ainda há muita demanda em diferentes segmentos. Para se destacar, porém, é preciso se posicionar bem no mercado, além de ter disciplina e cuidar da saúde.
Sei que muita gente quer saber quanto um redator ganha ou como começar como freelancer, mas há muito mais coisas a saber. Por aqui, trago uma visão sobre como é viver de escrita no Brasil e alguns conselhos, tanto para quem está começando, quanto para quem já atua na área.
O meu objetivo principal é trazer uma abordagem realista da profissão, seja para quem deseja se tornar um redator freelancer — para mudar de carreira ou fazer uma renda extra—, seja para quem já atua como redator ou redatora e está tentando sobreviver ou melhorar os seus resultados. Vem comigo!
Navegue ou siga a leitura!
- Você quer mesmo ser redator freelancer?
- Você sabe o que é ser freelancer?
- Qual é a diferença entre um freela e um robô?
- O que faz um redator freelancer? É só ler e escrever?
- Em que áreas um redator pode atuar?
- Como se tornar um redator? Por onde começar?
- O redator freelancer tem rotina “flexível”?
- Por que não tentar uma vaga CLT como redator ou empreender?
- Qual é a melhor forma de crescer na carreira de redator?
- Como melhorar os seus resultados como redator freelancer?
- Quanto ganha um redator freelancer?
- Afinal, vale a pena ser redator freelancer?
- A profissão de redator sobreviverá por muito tempo?
- Por que tão poucos redatores persistem?
Você quer mesmo ser redator freelancer?
Sou redator profissional há cerca de 7 anos e os textos são minha fonte de renda principal (diretamente e indiretamente) há uns 5, aproximadamente. Já digo, porém, que demorei muito tempo para conseguir me estabilizar e ter uma renda sólida. É uma carreira como qualquer outra: é preciso se dedicar, estudar, ter disciplina e se promover para conhecer pessoas e fazer oportunidades.
Você também deve saber que comecei jovem, sem família para cuidar e com muita disponibilidade. Naturalmente, isso me permitiu arriscar mais e persistir na área, mesmo em épocas que ganhava muito pouco.
Se você é uma pessoa madura com dependentes e despesas importantes, deve entrar nessa com mais cautela. Conheço pessoas que começaram nessa situação e se deram muito bem, mas também conheço muitas que não conseguiram progredir, seja por falta de resultados, seja por questões pessoais (falo mais sobre isso no fim do artigo).
Atualmente, além de redator, sou analista de SEO (otimização para mecanismos de pesquisa). Devo dizer, inclusive, que meu apego ao SEO foi fundamental para consolidar a minha carreira na internet e também para investir em projetos próprios, que, hoje, também são parte importante da minha renda.
Se você quer saber como começar como redator freelancer, recomendo, portanto, que entre nesse mundo de forma gradual, segura, sentindo a temperatura da água com a ponta dos pés e se molhando, pouco a pouco.
Saiba, porém, que a oportunidade é real: ganhar dinheiro usando apenas um computador, sem precisar sair de casa, é algo muito atrativo, especialmente para quem já sofreu com o trânsito caótico ou o trasporte público das grandes cidades.
Só não vale pensar que é moleza. Ser redator freelancer não é fácil. Ser freelancer, inclusive, independentemente da profissão, nunca é fácil. E nossa conversa segue por aí.
Você sabe o que é ser freelancer?
Freelancer… Nunca gostei dessa palavra, e você?
Embora seja um modismo da atualidade ser um profissional “freelancer”, o termo foi cunhado pelo romancista do século XIX, Sir Walter Scott, para descrever os cavaleiros livres dos tempos medievais.
Originalmente, freelancer era o mercenário que tinha sua “lança livre” (free lance), ou seja, aquele que era livre para oferecer seus “serviços” para qualquer pessoa disposta a pagar por eles.
Atualmente, as empresas promovem o freelancing como sinônimo de autonomia, empreendedorismo, futuro, liberdade… E a promessa é ainda mais calorosa quando a profissão viabiliza o tão aclamado — e superestimado — home office.
Ganhar dinheiro, muitas vezes, sem sequer sair da cama parece incrível, e realmente é, se paramos para pensar em contexto. Walter Scott, por exemplo, sequer imaginaria algo assim em seu tempo.
Trabalhar de casa, livre do trânsito, da poluição das ruas, do colega falastrão ou do patrão mal humorado… Uma verdadeira maravilha, certo? Depende.
Qual é a diferença entre um freela e um robô?
Acho que o trabalho freelancer é perfeito para um robô, pelo menos enquanto não fabricam modelos com moral e empatia, claro.
No futuro breve, eles escreverão textos muito melhores do que este e, se bobear, montarão até sindicatos. O ChatGPT ainda está longe disso, mas é inevitável pensar em algo assim.
Imagine um ser que não experimenta angústia, ansiedade ou fadiga. É mais ou menos assim que um designer ou redator freelancer se sente tratado, especialmente dentro das plataformas e agências.
Essas empresas fazem o “generoso” trabalho de conectar clientes e prestadores de serviço. Porém, de várias formas, fazem de tudo para que eles trabalhem da maneira mais desconectada possível. Por que será?
Para ser justo, devo confessar que a vida de freelancer me trouxe grandes benefícios. O principal deles foi me dar conta de que não sou um robô.
Somos seres humanos “equipados” com toda a maquinaria biológica que nos presenteia com as mais belas sensações: estresse, incerteza, angústia, vazio existencial, medo, sono, dor, tédio…
Tenho plena convicção de que valho muito mais do que os “jobs” que faço — mais um item para minha lista de palavras odiadas —, mas demorei muito para embutir esse “preço” nas minhas horas de trabalho.
O que faz um redator freelancer? É só ler e escrever?
A maioria das pessoas que conheço têm verdadeira repulsa pela leitura e pela escrita. O interessante é que mesmo sem a menor disposição para fazer e aperfeiçoar esse tipo de trabalho, frequentemente o menosprezam (e isso inclui clientes). É só escrever, ora! Qualquer um pode fazer isso.
Sou muito grato por, desde cedo, me simpatizar com a leitura e com a escrita. Essas duas práticas contribuíram imensamente para minha plenitude e, principalmente, para a minha carreira, a minha independência financeira e por experiências inesquecíveis que só pude viver graças a minha dedicação aos livros e aos textos.
Por outo lado, é engraçado imaginar que o meu dia a dia como redator seria uma verdadeira tortura para a maioria dos meus familiares, amigos e clientes. O mesmo se passa com você? Não? Que privilégio!
Mas não se engane, principalmente se você é do tipo que ama fazer isso: até para quem gosta e vive de escrita, escrever pode ser muito doloroso!
Escrever sobre o que pensa, sobre o que gosta, sobre o que se importa. Isso é impagável. Um verdadeiro deleite!
Por outro lado, escrever textos numerosos, rasos e ordinários sobre assuntos diversos, por vezes desconexos. Isso é um castigo. Quase uma afronta ao respeito e ao prazer que a leitura e a escrita, em outros contextos, no proporciona. E o pior é produzir por volume, receber demandas sem aviso prévio e aturar prazos apertados.
É claro que não precisa ser necessariamente um pesadelo. O primeiro passo para ter uma vida profissional satisfatória é escolher um bom segmento para atuar, algo que te cative, que você realmente se simpatize. O problema é que as opções são muitas!
Em que áreas um redator pode atuar?
Afinal, o que um redator faz ou pode fazer?
Esse profissional pode atuar em diversas áreas, utilizando suas habilidades de pesquisa, análise e escrita para criar conteúdos variados e atender objetivos diversos. Os principais segmentos da atualidade são:
- Inbound Marketing: criação de blog posts, artigos, e-books e outros conteúdos que ajudam a educar e engajar o público, além de melhorar o SEO de sites;
- Social Media: desenvolvimento de posts, legendas, campanhas e estratégias para plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, LinkedIn, entre outras;
- Copywriting: Produção de textos persuasivos para anúncios, landing pages, e-mail marketing, e campanhas publicitárias, com foco em conversão;
- E-commerce: elaboração de descrições de produtos, guias de compra e outros conteúdos que ajudam a aumentar vendas e a melhorar a experiência de compra online;
- UX Writing: criação de textos que melhoram a experiência do usuário em interfaces digitais;
- Jornalismo: produção de notícias, reportagens, entrevistas e outros conteúdos informativos para sites de notícias e portais de conteúdo;
- Educação e e-learning: desenvolvimento de materiais didáticos, tutoriais, cursos online e conteúdos educativos;
- Comunicação corporativa: redação de comunicados de imprensa, relatórios anuais, discursos e outros materiais empresariais;
- Tecnologia: criação de documentação técnica, manuais de usuário, white papers e tutoriais sobre ferramentas;
- Entretenimento e cultura: criação de resenhas, críticas, artigos sobre filmes, séries, livros, música, e outros conteúdos culturais e de entretenimento.
Você também pode empreender criando seus próprios sites e blogs, utilizando-os como portfólio ou monetizando as páginas com anúncios ou links de afiliado, por exemplo. Com experiência, poderá também vender seu conhecimento em formato de livros, cursos e consultorias — só não vá ser mais um guru chato, eim!
Como se tornar um redator? Por onde começar?
Não existe uma regulamentação para a profissão de redator, mas são comuns profissionais formados em Publicidade, Letras e Comunicação Social, por exemplo. Não há, porém, nenhum pré-requisito.
Na verdade, a melhor forma de se qualificar é por meio de cursos livres, pois eles são muito mais dinâmicos e atualizados. Cursos online mesmo.
Entretanto, entendo que isso é apenas a base, os pilares para quem está totalmente por fora. Para trabalhar com redação para a web, você precisa acompanhar as mudanças do mercado, ficar de olho nas novidades e ser fera em algumas áreas estratégicas, como:
- SEO (otimização para motores de busca);
- Marketing de Conteúdo;
- Copywriting;
- Storytelling;
- User Experience (UX).
Essas áreas são úteis em praticamente todos os segmentos citados, especialmente a primeira, o SEO.
Talvez você ache estranho eu não ter citado nada relacionado a escrita propriamente ou a gramática, mas acho que isso já é algo subentendido, né?
Um redator precisa ser bom na escrita, mas não, necessariamente, excepcional. Escrever textos para a web é completamente diferente de escrever trabalhos literários, portanto, entenda que seu objetivo aqui não é ser um bom escritor, mas um bom profissional de comunicação.
Dentro das empresas, é exatamente esse o perfil de redator esperado. Na estrada freelancer, por outro lado, é até possível desfrutar de um pouco mais de liberdade, selecionando clientes que te permitam desenvolver melhor a sua escrita ou, como dito, investindo em seus próprios empreendimentos.
Alerto que ao optar por atuar como redator freelancer ou empreender, será preciso ter um CNPJ para emitir notas fiscais (praticamente todas as empresas sérias exigem isso). A maioria dos redatores são MEI (Microempreendedores Individuais) ou ME (Microempresários).
Apesar da burocracia, a vida de freela dá a oportunidade de desfrutarmos de maior flexibilidade, não apenas na atuação, mas também no tempo. Só não pense que isso é necessariamente algo bom.
Como é a vida de freela? Você tem mais tempo para você?
Qual é o salário de um redator freelancer? Ainda tem muita demanda? Como é a carreira? Todas essas perguntas são muito comuns na web, mas você já parou para pensar em como é o fim do dia para esse tipo de profissional?
Os olhos doem, as costas doem, as mãos doem, a cabeça doí… Se a ergonomia estiver em dia, as dores até somem, mas a sensação de esgotamento visual e mental é inevitável!
Um dia inteiro disparando neurônios (células que a natureza levou bilhões de anos para conceber) e se aprofundando em assuntos que não te interessam, não te fazem bem ou que pouco importam.
Os livros que costumavam ser uma boa companhia no fim da noite parecem esforço demais. Ouvir música? Pode ser, mas só algo bem calmo para não piorar ainda mais a cabeça. E é bom não pensar muito também, pois “pesa”. O mais fácil é se render à TV e a um petisco — péssima escolha!
E amanhã, quem sabe? Terei trabalho ou poderei dormir até mais tarde? Ganhar dinheiro é ótimo, mas é claro que desejo a segunda opção. Essa é a vida do freelancer. Flexibilidade! Flexibilidade?
O redator freelancer tem rotina “flexível”?
Há dias que acordamos animados, inspirados, cheios de energia para trabalhar. É quando o tolo dentro de nós resolve dar as caras. Mas isso é raro, e, quando ele vem, muitas vezes, nada aparece. Energia desperdiçada.
No dia seguinte, o desânimo vem dobrado e, como uma penitência, dezenas de “jobs”, “tarefas” e “oportunidades” resolvem brotar de todos os lugares. E precisamos pegá-las. É a vida, precisamos trabalhar.
O cliente tem compromissos, os intermediários também, óbvio. O freelancer não tem agenda, ele é “flexível”, está sempre disponível!
Para quem está “acima” de você, pouco importa. Somos apenas uma impressora de conteúdo, uma espécie de ChatGPT orgânico. Aperta-se um botão e em um ou dois dias lá está o conteúdo novinho em folha.
Como tudo é quase sempre remoto e intermediado por planilhas e softwares, eles não fazem ideia. É como se estivessem lidando com uma máquina mesmo.
As poucas mensagens trocadas são migalhas de humanização. Há dias que até torcemos para que algo dê errado, só para precisar entrar em contato e lembrá-los de que não somos robôs.
Não. Não somos robôs! Somos freelancers, “cavaleiros mercenários” tentando sobreviver a um trabalho que nasceu precarizado…
Por que não tentar uma vaga CLT como redator ou empreender?
Se ser um redator freelancer autônomo não é muito a sua cara, podemos analisar outras possibilidades para entrar no grande mercado das palavras.
Carteira assinada?
Muitas pessoas valorizam o trabalho CLT, especialmente quem nunca trabalhou como autônomo. Entretanto, se você busca um emprego como redator, é bom ficar atento.
Não posso opinar sobre outras profissões, mas como redator, designer ou qualquer outra área voltada à produção de conteúdo, o que você encontrará frequentemente são salários baixíssimos, quase nenhum benefício, excesso de trabalho e colegas exaustos, além de ter todo o seu tempo e esforço vinculados a uma marca que não é sua.
É tão ruim quanto ser terceirizado. Os clientes não são seus, são da empresa que o contrata. Seja como funcionário, seja como redator freelancer, você é só um fantasma por trás dos e-mails e das plataformas — e, também, dos textos, se você for um ghost writer.
É claro que isso não é uma regra. Mas o fato é que boas vagas para redator (bem remuneradas e com bons planos de carreira) não são muitas, infelizmente.
Empreender?
Incentivo você a investir em projetos pessoais, como um blog ou uma loja do seu interesse, onde poderá aplicar o seu trabalho como redator, testar coisas novas e ganhar dinheiro por conta própria (monetizando páginas com links ou vendendo produtos, por exemplo).
Entretanto, entre os redatores com alguma experiência, é muito comum surgir o interesse de expandir a sua atuação. Ou seja, contratar outros redatores freelancers para terceirizar tarefas e conseguir pegar mais projetos. E assim, mais uma agência ou plataforma começa a germinar.
Sem problemas! Se você pensa em criar mais uma agência ou mais uma plataforma de serviços e se lançar no mercado, pode ser que dê certo. Você tem capital para isso? Tem perfil de gestor? Vá em frente. Mas…
Particularmente, não gosto de intermediários. E não digo isso só pelas péssimas condições de trabalho que geralmente oferecem (tanto para internos quanto para prestadores de serviço).
Ao longo da minha trajetória, percebi que empresas que investem em equipes internas ou contratam profissionais diretamente têm resultados melhores. Não estou puxando sardinha para o meu lado, isso é real.
Sem intermediários sugando a maior parte dos custos, o investimento do cliente é muito menor. Isso permite pagamentos mais justos ao produtor (embora muitas vezes seja preciso cobrar isso), além de a comunicação ser direta, o que torna as negociações e o planejamento mais franco, humano e eficaz.
É claro que precisamos de agências e plataformas. Elas são boas “escolas” para quem está começando como redator ― sim, você provavelmente vai precisar começar por elas ― e muito práticas para gestores que têm muito orçamento e pouca paciência para gerenciar uma equipe.
Qual é a melhor forma de crescer na carreira de redator?
Se você cobra uma valor relativamente baixo (considerando um iniciante) e logo preenche toda as suas horas de trabalho reservadas na semana, sua carreira de redator rapidamente atinge um “teto” que, muitas vezes, é difícil de romper.
Se propor aumentar o valor do seu serviço, é provável que a maioria dos clientes não concorde. Logo, será preciso conseguir novos, pedindo outro preço, ou aprender novas funções e prestar outros serviços.
Em minha experiência, e observando muitos colegas que se deram bem, porém, vejo que uma das melhores formas de crescer na profissão de redator é se aprimorar em uma área e segmentar o seu trabalho em um nicho lucrativo (como textos técnicos para sites de saúde, tecnologia ou direito, por exemplo). Isso pode, inclusive, dar muito mais lucro do que expandir a sua operação.
Como um redator especialista, você poderá:
- cobrar mais (por um serviço menos disponível e de alto padrão);
- se organizar melhor (pois terá poucos e bons clientes);
- e ainda direcionar a sua profissão para uma área do seu interesse.
Não estou dizendo que isso é algo garantido, ok? É uma sugestão, um caminho entre vários outros. Entretanto, digo que é uma ótima escolha, especialmente se você já tem um diploma em alguma área e tem interesse em vinculá-lo à sua profissão de redator.
Para começar como redator, porém, o ideal é ganhar experiência com pequenos trabalhos terceirizados, e deixar para se especializar e se posicionar mais tarde. Se já começar cobrando valores altos e não entregar um bom serviço e um bom atendimento, você corre o risco de perder bons clientes e enfraquecer a sua marca pessoal.
Cresça naturalmente, aprimorando e expandindo não apenas o seu trabalho, mas também as suas habilidades de comunicação, gestão e negociação. Você vai precisar de todas elas!
Como melhorar os seus resultados como redator freelancer?
Para você que pretende seguir na redação como prestador ou prestadora de serviço, tenho algumas dicas que podem te ajudar a viver um pouco melhor. Anote ai.
1. Valorize o seu trabalho
Lembre-se que seu trabalho não se resume ao trabalho que você faz!
Cobre um valor justo, um valor que remunere o seu trabalho e também cubra suas despesas (conta de luz, internet e coworking, por exemplo) e seus investimentos nesse serviço (como prestação do computador, cursos e eventos).
Os clientes não adoram te chamar de empreendedor? Pois, então, aja e COBRE como uma empresa! Afinal de contas, você é mesmo!
Não sabe quanto cobrar e quer um número?
Mesmo que seja iniciante, penso que R$ 0,10 por palavra é o mínimo a se cobrar na redação de textos para a internet. Mesmo assim, a maioria das plataformas e agências vão te oferecer algo em torno de R$0,05 por palavra, entregando uma assistência maior ao redator como parte do pagamento — e olhe lá!
No começo, sem contatos ou experiência, você vai precisar ceder. Entretanto, destaco isso para deixar claro que é preciso procurar clientes por conta própria o quanto antes, propondo valores mais justos.
Treine bastante dentro das plataformas, mas não deixe de caminhar com as próprias pernas e conquistar os seus próprios projetos, ok?
2. Não faça “plantão”
Não aceite trabalhar de plantão se você não é pago para isso. Seu tempo é muito valioso para gastá-lo esperando por tarefas esporádicas com prazos miúdos e pagamentos tardios.
Um trabalho profissional requer agenda, no mínimo, mensal! Você tem a necessidade e o direito de saber, com antecedência, como vai trabalhar ao longo de um período, bem como quando será pago por isso.
3. Não aja como um varejista
É engraçado, mas, ao longo dos anos, parece que quanto menos clientes eu tenho, mais eu faturo mensalmente. Isso parece contraditório, à princípio, mas não é.
Lembre-se que o redator é um prestador de serviços, não um varejista! Entre outras coisas, isso significa que você não deve baixar o seu preço para conseguir montar uma longa lista de clientes, até porque cada cliente novo exigirá mais pesquisas, reuniões, ajustes e negociações.
Sua agenda será um caos, assim como sua caixa de entrada e seu WhatsApp. E digo mais: preços baixos e serviços avulsos atraem profissionais e organizações questionáveis. Os projetos não duram e, se você pedir, a maioria dos contratantes não vai querer te pagar mais!
É muito mais vantajoso atender poucas empresas sérias que te pagam um valor justo e que garantem demanda no longo prazo do que vender o seu trabalho como produtos em liquidação.
4. Não seja tão “freela”
Não devemos ser meros “freelas”, no sentido mais pejorativo possível da palavra. Digo, alguém que não tem agenda fixa e depende de “oportunidades” para viver.
Acredite, isso é um veneno certo para dar um gás na sua ansiedade e também ferrar com a sua produtividade — o que, por sinal, gera mais ansiedade.
Evite projetos esporádicos ou serviços avulsos (um texto aqui, uma revisão ali). O ideal é determinar um investimento mínimo para contratação (pacotes de serviço, por exemplo) ou firmar contratos de médio e longo prazo.
Você só conseguirá se estabilizar e ter uma vida, minimamente, tranquila quando começar a fazer parcerias sólidas, com tempo de trabalho, prazos e pagamentos definidos.
5. Honre o seu descanso
Quando começamos a ganhar algum dinheiro na internet, a tentação de trabalhar todos os dias é grande. Até porque isso é perfeitamente possível com a demanda atual ― embora seja um erro fatal.
Quem já atua há algum tempo na internet sabe disso, mas quem pretende se tornar um redator freelancer precisa saber que esse tipo de serviço nos consome muito.
Além de “fritar os miolos” diariamente, o simples fato de ficar a maior parte dos dias sentado pode acabar de vez com a suposta “renda extra” que acha que está fazendo.
Você é livre para montar o seu dia a dia como desejar. Trabalhar de manhã, à noite, sábado ou domingo, folgar na segunda, você decide.
Procure, no entanto, manter uma rotina fixa com boas horas de sono e descanso. Não trabalhe mais de dois turnos por dia (manhã, tarde e noite, por exemplo) e reserve, pelo menos, dois dias de folga semanais.
Não digo isso porque você merece, mas porque você precisa! É fundamental descansar, comer bem, se exercitar, distrair, viver!
Você não é o ChatGPT, é muito melhor do que ele, mas precisa se cuidar para não acabar exausto e criando textos tão enfadonhos quanto os dele.
6. Escreva sobre o que você acredita
Essa dica é mais complicada para quem está começando e ainda não tem muita bagagem no portfólio, nem bons contatos na agenda.
Até construir uma reputação e se segmentar, vai precisar escrever muito sobre coisas que não te interessam. Faz parte, e não é algo totalmente ruim.
Você pode descobrir muitas coisas novas nesse processo, coisas que nunca se interessou antes e passar a gostar bastante.
Gradualmente, vá abandonando os trabalhos aleatórios e se focando nos serviços que realmente vê valor, importância e significado. Faça cursos relacionados, crie um portfólio nessa direção, conheça profissionais e empresas da área. Se jogue!
O serviço só fica leve, emocionante e gratificante quando o valor adquirido vai além do pagamento.
A internet está repleta de blogs e sites dos mais diversos assuntos. Não deixe de procurar também. Encontrou um projeto legal? Mande uma mensagem, diga que é redator profissional, que gostou do trabalho e que gostaria de contribuir. Tem ideias na cabeça? Crie seu próprio projeto. Tente!
Quanto ganha um redator freelancer?
Para pessoas como eu — e creio que você faça parte —, ganhar a vida com a escrita é algo muito gratificante. Mas não é só uma questão de interesse e devoção.
É possível ter bons ganhos e levar uma vida financeira e pessoal tranquila sendo apenas redator freelancer. Entretanto, isso obviamente não acontece da noite para o dia.
Sendo bem realista, acredito que os redatores freelancers ganham, em média, algo em torno de R$ 2.000 a R$ 3.000 por mês, com base nas pesquisas sobre o assunto e os dados disponibilizados por sites especializados.
Em vagas CLT, a variação dos pagamentos é gigante, mas a média não foge muito disso. Você encontrará desde cargos iniciais, que pagam um único salário e alguns benefícios, a cargos sênior com salários por volta dos R$ 7.000 por mês.
Você pode achar que a média de faturamento de um redator freelancer é baixa, mas com alguma organização, experiência e consistência é possível ganhar muito mais do que isso. O que limita o profissional, em boa parte dos casos, é a sua disponibilidade, a sua disposição e, principalmente, a sua saúde, pois a procura ainda é grande atualmente e você também pode faturar bastante com projetos pessoais, como blogs, lojas e infoprodutos.
Há muitas formas de aumentar seus rendimentos. Só não podemos deixar que isso prejudique o nosso bem-estar.
No início pode parecer fácil tolerar demandas e pagamentos incertos, noites mal dormidas e dias e dias sentado na frente do computador. Mas uma hora a conta chega: fadiga, isolamento, irritação, ansiedade, depressão e até problemas de saúde menos conhecidos, mas que têm se tornado cada vez mais comuns, como disfunção temporomandibular e zumbido no ouvido.
Para dar certo, portanto, é preciso organizar o seu trabalho e a sua vida pessoal.
Afinal, vale a pena ser redator freelancer?
Sim, vale a pena! Você aprende muito, tem certa flexibilidade e fica fera na escrita — se isso é importante pra você. Especialmente se você tem simpatia pela leitura e pela escrita, essa é uma grande oportunidade de fazer uma renda extra ou construir uma carreira enriquecedora.
Para ter qualidade de vida e ser valorizado, porém, vai precisar se impor, cobrar seus direitos, respeitar seus limites e cuidar da sua saúde. Algo que, na prática, significa dizer não para muita gente e dizer sim para bons hábitos, responsabilidades e desafios.
Não estou dizendo isso como um guru que supostamente chegou lá. Também preciso melhorar muita coisa. É um processo. Vamos aprendendo e melhorando, dia após dia.
A profissão de redator sobreviverá por muito tempo?
Pensando nos caminhos que bombam atualmente, como o Inbound Marketing, o Copywriting e o UX Writing, é difícil saber até quando a profissão de redator sobreviverá.
E o problema não é o ChatGPT e as novas plataformas que geram conteúdos automaticamente. Essas ferramentas estão mudando as coisas, mas ainda é muito cedo para dizer que elas vão substituir redatores, designers, programadores e outros profissionais.
Em minha experiência nos últimos meses, por exemplo, a procura pelos meus serviços aumentou, mesmo com todo o burburinho em torno do ChatGPT, e muitos colegas relataram o mesmo.
É apenas uma impressão pessoal, claro, mas é fato que a demanda ainda é grande. Além disso, como redator freelancer, você também pode ganhar dinheiro com seus próprios projetos, como disse.
A maior questão é que o trabalho dos redatores é geralmente centrado em estratégias de Marketing muito específicas. Além disso, áreas importantes, como o SEO, estão à mercê dos caprichos de grandes corporações, como o Google e a Microsoft.
Atualmente, podemos dizer que a redação ainda oferece a possibilidade de uma carreira sólida na internet. Entretanto, assim como em várias outras áreas da tecnologia, o futuro é incerto.
Por que tão poucos redatores persistem?
Infelizmente (ou não), porém, a maioria dos redatores abandona a área em pouco tempo, ou passa a exercê-la de maneira esporádica.
Isso acontece, primeiramente, porque a profissão não exige muitas qualificações para entrada e acaba servindo de “bico” para muita gente ociosa ou que precisa de uma renda extra.
Mas não é só isso. Como discuti anteriormente, muitos acreditam que ser redator é “simplesmente” escrever, e acabam se aventurando na área com a expectativa de fazer dinheiro fácil. Esses são os primeiros a pular do navio — e os que mais nos respeitam depois.
Os que encaram a profissão como uma carreira séria — se qualificam, se atualizam, se promovem e resistem às intempéries da área — são poucos. Entretanto, são esses os mais valorizados e os mais bem pagos, obviamente.
Independentemente do caminho trilhado, não há como fechar os olhos para as rápidas transformações da internet, da tecnologia e das estratégias de divulgação.
Não se esqueça, porém, que estamos em um país no qual o interesse, a disposição e a técnica para a leitura e para a escrita são raridades, e o mundo sempre precisará dessas habilidades em todos os setores.
As coisas vão mudar e o futuro é imprevisível, mas garanto que se escolher ser um redator ou redatora freelancer, o seu trabalho não será em vão.
Mesmo que seja obrigado a mudar de profissão — e a maioria de nós, redatores ou não, vai precisar, acredite —, você levará com você um diferencial como nenhum outro.
E aí? Ainda pensa em ser redator freelancer? Aqui no blog e no meu Instagram, você confere conteúdos sobre escrita, SEO, criação de sites, ergonomia e outras utilidades para profissionais da web. Sempre bom fazer novos colegas de profissão também. Até mais!
Redator profissional e especialista em SEO (Otimização para Motores de Busca). Ampla experiência em Marketing de Conteúdo, Marketing de Afiliados, hospedagem de sites e blogs WordPress.
Uau!
eu precisava ler algo sensato, objetivo, esclarecedor.