O café é uma das bebidas mais apreciadas e consumidas em todo o mundo, mas há um grupo de pessoas para o qual ele tem um significado especial: os criadores. Mais do que um simples estimulante, o café se tornou um verdadeiro ritual que impulsiona a criatividade e a produtividade desses profissionais.
O café não é apenas uma bebida, mas um aliado poderoso para profissionais criativos em geral. Seja como um estimulante para a mente, seja como um ritual para quebrar o automatismo da rotina, o fato é que o café desempenha um papel crucial na vida e no trabalho das pessoas.
Para muitos, o dia só começa de verdade após a primeira xícara. É o seu caso? Vamos conversar um pouquinho sobre isso.
- O ritual
- O “elixir” da produtividade
- Café melhora a criatividade mesmo?
- Herói ou vilão?
- O café gourmetizado de hoje
O ritual
Para muitas pessoas, o ato de preparar e consumir café vai além do prazer gustativo. É um momento de pausa, reflexão e preparação mental para enfrentar as tarefas do dia.
Essa pausa é crucial para organizar as ideias, planejar seus projetos e entrar no estado mental adequado para criar. O simples aroma do café sendo preparado já é suficiente para sinalizar ao cérebro de que é hora de focar e ser produtivo.
O problema é quando esse ritual se torna também uma desculpa deliciosa para procrastinar. Eu confesso que adoro postergar tarefas com a desculpa de ter que preparar um cafezinho, na falsa esperança de que, após alguns goles, minha motivação voltará com tudo — o que nem sempre acontece.
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O “elixir” da produtividade
O componente químico presente no café que estimula a concentração é a cafeína, e já é consolidada a sua eficácia na melhora temporária da concentração, da atenção e da vigilância.
Isso ocorre porque a cafeína bloqueia a adenosina, um neurotransmissor relacionado ao sono, e aumenta temporariamente os níveis de outros neurotransmissores estimuladores como a dopamina e a norepinefrina, que melhoram o estado de alerta e a capacidade de foco.
Em rigor, o que o café faz mesmo é tirar, por um momento, aquela sensação de fadiga que nos “trava” na hora de criar, ao mesmo tempo que nos dá uma pequena dose extra de ânimo.
Agora, quando o assunto é criatividade, fica um pouco mais complicado fazer afirmações. Até então, a ciência nos permite dizer apenas “talvez”.
Café melhora a criatividade mesmo?
Ao longo da história, muitos escritores famosos foram conhecidos por seu consumo excessivo de café. Um dos exemplos mais notórios é o escritor francês Honoré de Balzac.
Balzac acreditava que o café era uma ferramenta indispensável para sua produção literária. Seu consumo era tão intenso que ele chegava a beber até 50 xícaras por dia. Em seus escritos, o autor descrevia o café como uma fonte de energia e inspiração, essencial para o seu processo criativo.
Outro exemplo é o poeta norte-americano Walt Whitman, que também era um ávido consumidor de café. Ele via a bebida como um meio de manter sua mente clara e sua criatividade fluindo. Não é raro encontrar referências ao café em suas obras, refletindo sua importância em sua rotina diária.
Entretanto, ainda não está claro se e como a cafeína realmente age como um impulsionador da criatividade. Um estudo recente realizado pela Universidade do Arkansas alfinetou a questão comparando o desempenho de pensamentos “convergentes” e “divergentes” em consumidores e não consumidores de café.
O pensamento convergente é aquele em que se busca uma solução específica para um determinado problema. O divergente, por sua vez, é aquele associado a geração de novas ideias. De acordo com os resultados do experimento, a cafeína, de fato, pareceu contribuir para a melhora dos pensamentos convergentes, mas não teve impacto significativo nos divergentes.
É um trabalho pequeno, mas que serve para destacar a carência de evidências que comprovam a relação direta entre o consumo de café e a melhora da criatividade.
Por ser uma bebida muito tradicional, prazerosa e viciante, o mais provável é que essa relação seja um tanto superestimada, o que não significa que seu ritual seja um completo delírio.
Assim como outras bebidas e alimentos tradicionais, o café está inserido em um grande contexto cultural, social e sentimental. Naturalmente seus efeitos e benefícios também serão influenciados pela representação de quem o consome. É uma experiência muito subjetiva.
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Herói ou vilão?
É bom saber que o consumo excessivo de café pode causar insônia, problemas digestivos, aumento da pressão arterial e piora da ansiedade, entre outros efeitos negativos. Em doses moderadas, porém, beneficia as funções cognitivas, melhora o humor, favorece o desempenho físico e pode até prevenir doenças.
O café já foi visto como uma bebida “problemática”, possivelmente causadora de problemas de saúde graves. Isso se deve, em certa medida, pois o consumo de café foi, por muitos anos, associado ao fumo, combinação que potencializa os efeitos estimulantes de ambos.
Hoje, porém, já existem toneladas de pesquisas e revisões que deixam claro que o consumo moderado de café é absolutamente seguro e benéfico para a saúde.
Um dos maiores estudos já realizados sobre o assunto foi publicado no European Journal of Preventive Cardiology. Comparando dados de quase 500 mil pessoas, foi constatada uma relação entre o consumo de 2 a 3 xícaras de café diárias a uma vida útil mais longa e menor surgimento de doenças cardiovasculares.
Uma revisão recente publicada por pesquisadores da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos) também corrobora com o argumento e deixa claro que o consumo moderado de café oferece mais prós do que contras.
O café gourmetizado de hoje
Em um mundo cada vez mais digital e acelerado, o café oferece uma espécie de “combustível” e “alívio” durante a rotina. Em certos momentos, é a companhia perfeita para aumentar o ritmo e ser produtivo, em outros, é visto como uma justificativa agradável para pausar e desacelerar.
São muito comuns fotografias e publicações de profissionais compartilhando experiências com o café em suas rotinas, geralmente associando a bebida a um estilo de vida inspirador e produtivo, muitas vezes, “gourmetizado”, convenhamos.
De fato, o café sempre foi um ponto de conexão importante para diferentes grupos, sobretudo no universo corporativo. As cafeterias e co-working’s ganham cada vez mais espaço em cidades do mundo inteiro, inclusive no Brasil, embora sua popularidade não chegue aos pés dos tradicionais cafezinhos de padaria, que ainda são a cara do consumidor de café brasileiro.
As substâncias estimulantes do café, a atmosfera acolhedora dos ambientes em que é preparado, o aroma, o sabor, a socialização ou inspiração proporcionada… Todos esses fatores, e vários outros, é que tornam o café uma instituição tão respeitada.
Ao mesmo tempo popularesco e nobre, integrativo e introspectivo, estimulante e relaxante… Café é, simplesmente, café!
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